quarta-feira, 6 de julho de 2011

Leishmaniose: Projeto prevê fim do sacrifício de animais

Se projeto for aprovado pela Câmara Federal, eutanásia canina não deverá mais ser
ministrada


Segunda, 04 de Julho de 2011 - 11:20
O deputado federal Geraldo Resende (PMDB-MS) apresentou na Câmara projeto
que prevê o fim da obrigatoriedade de sacrifício de animais infectados pela
leishmaniose. De acordo com a proposta do deputado, o sistema de saúde
pública deve implantar uma política nacional de vacinação e tratamento de
animais.
“O debate sobre o tema é fundamental. Esta doença está em 12 países da
América Latina, mas 90% dos casos são registrados no Brasil”, nota o
deputado, para quem é possível estabelecer um programa de tratamento em à
eutanásia canina. “A prática do sacrifício indiscriminado é inaceitável na
Europa. Em diversos países existem estudos científicos e mobilização de
médicos veterinários e criadores de cães contra esta ação”.

Segundo Geraldo Resende, o combate ao vetor praticado em nível doméstico tem
eficácia temporária, pois utilização de inseticidas nas casas perde o efeito
depois de algum tempo. “É importante a decisão política de disponibilizar
orçamento para o combate ao mosquito transmissor. É um caso de saúde pública
como a dengue”, diz.

“O sacrifício de cães é mais maléfico que benéfico, já que por motivações
afetivas ou econômicas, muitos proprietários se recusam a entregar seus
animais e os escondem, colocando a população em risco”, diz o deputado,
lembrando que existe tratamento. “Há diversos protocolos de trabalhos
científicos exitosos nesta área, além disso, me parece mais racional tratar
a exterminar cachorros e gatos. Proponho a vacinação dos animais, bem como a
possibilidade de curar os animais infectados”.

*Doença *- Leishmaniose é uma doença parasitária transmitida pela picada do
mosquito infectado. A doença afeta animais domésticos, urbanos e silvestres.
Para cada ser humano contaminado estima-se que há uma média de 200 cães
infectados. Existem dois tipos de leishmaniose: a tegumentar, que se
caracteriza por feridas na pele, e a visceral, que ataca vários órgãos
internos.

Os sintomas variam de acordo com o tipo da leishmaniose. No caso da
tegumentar, surge uma pequena elevação avermelhada na pele que vai
aumentando até se tornar uma ferida que pode estar recoberta por crosta ou
secreção purulenta. Há também a possibilidade de sua manifestação se dar
através de lesões inflamatórias no nariz ou na boca. Na visceral, ocorre
febre irregular, anemia, indisposição, palidez da pele e mucosas, perda de
peso, inchaço abdominal devido ao aumento do fígado e do baço.

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