sexta-feira, 29 de julho de 2011

Mais uma vez a Bolívia de Evo Morales sai na frente e, enquanto isto, no Brasil…

Evo Morales sanciona lei agrícola que proíbe transgênicos

O presidente da Bolívia, Evo Morales, promulgou neste domingo uma lei para fomentar o desenvolvimento agrícola em seu país, mas não estimulará a produção dos transgênicos como inicialmente informaram setores de produtores e políticos. Morales promulgou a "Lei de Revolução Produtiva Comunitária e Agropecuária" em um ato perante organizações camponesas e indígenas leais e pediu para garantirem "a segurança alimentar com soberania" do país e para manterem o apoio político a seu governo.

O ministro da Presidência, Carlos Romero, declarou à imprensa que a lei é parte do plano governamental para fomentar a produção agrícola e que antes deu outros passos como a distribuição de terras a indígenas e a camponeses e a eliminação das relações de servidão em algumas regiões rurais.

Romero enfatizou que a lei não promove o uso de sementes e de alimentos transgênicos como assinalaram dirigentes de produtores, opositores e a imprensa, e atribuiu essa versão a uma confusão sobre a norma. "A lei em nenhum momento visou promover e fomentar os transgênicos. Pelo contrário, os proíbe", afirmou o ministro da Presidência, ao assinalar que, por outro lado, protegerá o "patrimônio genético" e a riqueza da biodivesidade da Bolívia.

O objetivo é melhorar as sementes e os recursos genéticos, mas isso "não tem nada a ver com transgênicos", apontou Romero. A lei obriga também que os produtos importados tenham rótulos especiais para anunciar se têm componentes transgênicos para que os consumidores estejam informados quando comprarem os alimentos.

FONTE: http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias

Extraido de http://organicosdobrasil.blogspot.com

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Lei a favor da Mãe Terra: Bolívia mais uma vez dá exemplo ao resto do mundo

  pachamama

 

Carolina Daemon Oliveira Pereira

 

A Bolívia está em vias da aprovar a primeira legislação mundial dando à natureza direitos iguais aos dos humanos. A Lei da Mãe Terra, que conta com apoio de políticos e grupos sociais, é uma enorme redefinição de direitos. Ela qualifica os ricos depósitos minerais do país como "bençãos", e se espera que promova uma mudança importante na conservação e em medidas sociais para a redução da poluição e controle da indústria, em um país que tem sido há anos destruído por conta de seus recursos.
A Lei da Mãe Terra vai estabelecer 11 direitos para a natureza, incluindo o direito à vida, o direito da continuação de ciclos e processos vitais livres de alteração humana, o direito a água e ar limpos, o direito ao equilíbrio, e o direito de não ter estruturas celulares modificadas ou alteradas geneticamente.
Ela também vai assegurar o direito de o país "não ser afetado por megaestruturas e projetos de desenvolvimento que afetem o equilíbrio de ecossistemas e as comunidades locais".
Esta mudança significa a ressurgência da visão de um mundo indígena, andino, que coloca a deusa da Terra e do ambiente, Pachamama, no centro de toda a vida. Esta visão considera iguais os direitos humanos
e de todas as outras entidades. A Bolívia sofre há tempos sérios problema ambientais com a mineração de alumínio, prata, ouro e outras matérias primas.
Em uma entrevista, o ministro das Relações Exteriores da Bolívia e especialista em cosmovisão andina, David Choquehuanca, explica os principais detalhes desta proposta que situa a vida e a natureza como eixos centrais.
"Queremos voltar a Viver Bem, o que significa que agora começamos a valorizar a nossa história, a nossa música, a nossa vestimenta, a nossa cultura, o nosso idioma, os nossos recursos naturais, e, depois de valorizar, decidimos recuperar tudo o que é nosso, voltar a ser o que éramos”.
O artigo 8 da CPE estabelece que: “O Estado assume e promove como princípios ético-morais da sociedade plural: ama qhilla, ama llulla, ama suwa (não sejas preguiçoso, não sejas mentiroso nem ladrão), suma qamaña (viver bem), ñandereko (vida harmoniosa), teko kavi (vida boa), ivi maraei (terra sem males) y qhapaj ñan (caminho ou vida nobre).
O Chanceler marcou distância com o socialismo e mais ainda com o capitalismo. O primeiro busca satisfazer as necessidades humanas e para o capitalismo o mais importante é o dinheiro e a mais-valia.
De acordo com David Choquehuanca, o Viver Bem é um processo que está apenas começando e que pouco a pouco irá se massificando.
“Para os que pertencem à cultura da vida, o mais importante não é o dinheiro nem o ouro, nem o ser humano, porque ele está em último lugar. O mais importante são os rios, o ar, as montanhas, as estrelas, as formigas, as borboletas (...) O ser humano está em último lugar, para nós o mais importante é a vida”.

Estas são as características que pouco a pouco serão implementadas no novo Estado Plurinacional da Bolívia:


Priorizar a vida


Viver Bem é buscar a vivência em comunidade, onde todos os integrantes se preocupam com todos.
O mais importante não é o ser humano (como afirma o socialismo) nem o dinheiro (como postula o capitalismo), mas a vida. Pretende-se buscar uma vida mais simples. Que seja o caminho da harmonia com a natureza e a vida, com o objetivo de salvar o planeta e dar a prioridade à humanidade.

 


Respeitar a mulher


Viver Bem é respeitar a mulher, porque ela representa a Pachamama, que é a Mãe Terra que tem a capacidade de dar vida e de cuidar de todos os seus frutos.
Por estas razões, dentro das comunidades, a mulher é valorizada e está presente em todas as atividades orientadas à vida, à criação, à educação e à revitalização da cultura. Os moradores das comunidades indígenas valorizam a mulher como base da organização social, porque transmitem aos seus filhos os saberes de sua cultura.
Viver Bem e NÃO melhor
Viver Bem é diferente de viver melhor, o que se relaciona com o capitalismo.
Para a nova doutrina do Estado Plurinacional, viver melhor se traduz em egoísmo, desinteresse pelos outros, individualismo e pensar somente no lucro. Considera que a doutrina capitalista impulsiona a exploração das pessoas para a concentração de riquezas em poucas mãos, ao passo que o Viver Bem aponta para uma vida simples, que mantém uma produção equilibrada.


Respeitar as diferenças


Viver Bem é respeitar o outro, saber escutar todo aquele que deseja falar, sem discriminação ou qualquer tipo de submissão.
Não se postula a tolerância, mas o respeito, já que, mesmo que cada cultura ou região tenha uma forma diferente de pensar, para viver bem e em harmonia é necessário respeitar essas diferenças. Esta doutrina inclui todos os seres que habitam o planeta, como os animais e as plantas.


Escutar os anciãos


Viver Bem é ler as rugas dos avós para poder retomar o caminho.
O Chanceler destaca que uma das principais fontes de aprendizagem são os anciãos das comunidades, que guardam histórias e costumes que com o passar dos anos vão se perdendo. “Nossos avós são bibliotecas ambulantes, assim que devemos aprender com eles”, menciona. Portanto, os anciãos são respeitados e consultados nas comunidades indígenas do país.


Viver em complementaridade


Viver Bem é priorizar a complementaridade, que postula que todos os seres que vivem no planeta se complementam uns com os outros.
Nas comunidades, a criança se complementa com o avô, o homem com a mulher, etc. Um exemplo colocado pelo Chancelerespecifica que o homem não deve matar as plantas, porque elas complementam a sua existência e ajudam para que sobreviva.
Aproveitar a água
Viver Bem é distribuir racionalmente a água e aproveitá-la de maneira correta.
O Ministro das Relações Exteriores comenta que a água é o leite dos seres que habitam o planeta. “Temos muitas coisas, recursos
naturais, água e, por exemplo, a França não tem a quantidade de água nem a quantidade de terra que há em nosso país, mas vemos que não há nenhum Movimento Sem Terra, assim que devemos valorizar o que temos e preservá-lo o melhor possível, isso é Viver Bem”.


Equilíbrio com a natureza


Viver Bem é levar uma vida equilibrada com todos os seres dentro de uma comunidade.
Assim como a democracia, a justiça também é considerada excludente, de acordo com o chanceler David Choquehuanca, porque só leva em conta as pessoas dentro de uma comunidade e não o que é mais importante: a vida e a harmonia do ser humano com a natureza. É por isso que Viver Bem aspira a ter uma sociedade com equidade e sem exclusão.


Priorizar direitos cósmicos


Viver Bem é dar prioridade aos direitos cósmicos antes que aos Direitos Humanos.
Quando o Governo fala de mudança climática, também se refere aos direitos cósmicos, garante o Ministro das Relações Exteriores. “Por isso, o Presidente (Evo Morales) diz que vai ser mais importante falar sobre os direitos da Mãe Terra do que falar sobre os direitos humanos”.


Saber comer


Viver Bem é saber alimentar-se, saber combinar os alimentos adequados a partir das estações do ano (alimentos de acordo com a época).
O ministro das Relações Exteriores, David Choquehuanca, explica que esta consigna deve se reger com base na prática dos ancestrais que se alimentam com um determinado produto durante toda a estação. Comenta que alimentar-se bem garante boa saúde.

Saber beber


Viver Bem é saber beber álcool com moderação.
Nas comunidades indígenas cada festa tem um significado e o álcool está presente na celebração, mas é consumido sem exageros ou ofender alguém. “Temos que saber beber; em nossas comunidades tínhamos verdadeiras festas que estavam relacionadas com as estações do ano. Não é ir a uma cantina e se envenenar com cerveja e matar os neurônios”.


Saber dançar


Viver Bem é saber dançar, não simplesmente saber bailar.
A dança se relaciona com alguns fatos concretos, como a colheita ou o plantio. As comunidades continuam honrando com dança e música a Pachamama, principalmente em épocas agrícolas; entretanto, nas cidades as danças originárias são consideradas expressões folclóricas. Na nova doutrina se renovará o verdadeiro significado do dançar.


Saber trabalhar

Viver Bem é considerar o trabalho como festa.
“O trabalho para nós é felicidade”, disse o chanceler David Choquehuanca, que recalca que ao contrário do capitalismo onde se paga para trabalhar, no novo modelo do Estado Plurinacional, se retoma o pensamento ancestral de considerar o trabalho como festa. É uma  arma de crescimento, é por isso que nas culturas indígenas se trabalha desde pequeno.


Retomar o Abya Yala


Viver bem é promover a união de todos os povos em uma grande família.
Para o Chanceler, isto implica em que todas as regiões do país se reconstituam no que ancestralmente se considerou como uma grande comunidade. “Isto tem que se estender a todos os países. É por isso que vemos bons sinais de presidentes que estão na tarefa de unir todos os povos e voltar a ser o Abya Yala que fomos”.

Reincorporar a agricultura


Viver Bem é reincorporar a agricultura às comunidades.
Parte desta doutrina do novo Estado Plurinacional é recuperar as formas de vivência em comunidade, como o trabalho na terra, cultivando produtos para cobrir as necessidades básicas para a subsistência. Neste ponto se fará a devolução de terras às comunidades, de maneira que se produzam as economias locais.

Saber se comunicar


Viver Bem é saber se comunicar.
No novo Estado Pluninacional se pretende retomar a comunicação que existia nas comunidades ancestrais.
O diálogo é o resultado desta boa comunicação mencionada pelo Chanceler. “Temos que nos comunicar como antes os nossos pais o faziam, e resolviam os problemas sem que se apresentassem conflitos, não temos que perder isso”.
O Viver Bem não é “viver melhor”, como propõe o capitalismo
Entre os preceitos estabelecidos pelo novo modelo do Estado Plurinacional, figuram o controle social, a reciprocidade e o respeito à mulher e ao idoso.

Controle social


Viver Bem é realizar um controle obrigatório entre os habitantes de uma comunidade.
“Este controle é diferente do proposto pela Participação Popular, que foi rechaçado (por algumas comunidades) porque reduz a verdadeira participação das pessoas”, disse o chanceler Choquehuanca. Nos tempos ancestrais, “todos se encarregavam de controlar as funções que suas principais autoridades realizavam”.

Trabalhar em reciprocidade


Viver Bem é retomar a reciprocidade do trabalho nas comunidades.
Nos povos indígenas esta prática se denomina ayni, que não é mais do que devolver em trabalho a ajuda prestada por uma família em uma atividade agrícola, como o plantio ou a colheita. “É mais um dos princípios ou códigos que garantirão o equilíbrio nas grandes secas”, explica o Ministro das Relações Exteriores.

Não roubar e não mentir


Viver Bem é basear-se no ama suwa e ama qhilla (não roubar e não mentir, em quéchua).
É um dos preceitos que também estão incluídos na nova Constituição Política do Estado e que o Presidente prometeu respeitar. Do mesmo modo, para o Chanceler é fundamental que dentro das comunidades se respeitem estes princípios para conseguir o bem-estar e confiança em seus habitantes. “Todos são códigos que devem ser seguidos para que consigamos viver bem no futuro”.

Proteger as sementes


Viver Bem é proteger e guardar as sementes para que no futuro se evite o uso de produtos transgênicos.
O livro Viver Bem, como resposta à crise global, da Chancelaria da Bolívia, especifica que uma das  características deste novo modelo é preservar a riqueza agrícola ancestral com a criação de bancos de sementes que evitem a utilização de transgênicos para incrementar a produtividade, porque se diz que esta mistura com químicos prejudica e acaba com as sementes milenares.

Recuperar recursos


Viver Bem é recuperar a riqueza natural do país e permitir que todos se beneficiem desta de maneira equilibrada e equitativa.
A finalidade da doutrina do Viver Bem também é a de nacionalizar e recuperar as empresas estratégicas do país no marco do equilíbrio e da convivência entre o ser humano e a natureza em contraposição à exploração irracional dos recursos naturais. “Deve-se,  sobretudo, priorizar a natureza”, acrescentou o Chanceler.

Exercer a soberania


Viver Bem é construir, a partir das comunidades, o exercício da soberania no país.
Isto significa, segundo o livro Viver Bem, como resposta à crise global, que se chegará a uma soberania por meio do consenso comunal que defina e construa a unidade e a responsabilidade a favor do bem comum, sem que nada falte. Nesse marco, se reconstruirão as comunidades e nações para construir uma sociedade soberana que será administrada em harmonia com o indivíduo, a natureza e o cosmos.

 

As imagens são algumas das muitas versões da Pachamana encontradas pela internet.

 

Fonte: Blog de Carolina Daemon Oliveira Pereira

http:// caroldaemon.blogspot.com/2011/07/lei-favor-da-mae-terra-bolivia-mais-uma.html

terça-feira, 19 de julho de 2011

Cínico, arrogante, prepotente…o mínimo que se tem a dizer

Ao responder que estava com a consciência tranquila com a decisão de autorizar o início das obras, Trennepohl foi confrontado pela jornalista.

Visivelmente irritado, Trennepohl cortou a entrevista quando a jornalista Allison Langdon afirmou que os povos indígenas do Xingu não estão dormindo bem por causa da decisão do Ibama de autorizar o início das obras.

Mas, quando o cinegrafista saiu da sala, o presidente do Ibama falou o que realmente pensa sobre os povos do Xingu, sem se dar conta que ainda estava com o microfone ligado.

Resumindo, Trennepohl afirmou que o Brasil fará com os povos indígenas o mesmo que a Austrália fez com os aborígenes, que foram exterminados por colonos britânicos que ocuparam a ilha ao longo do século 19.

Veja íntegra do programa 60 Minutos da Austrália.

FONTE: http://www.xinguvivo.org.br/2011/07/15/belo-monte-de-asneiras-por-curt-trennepohl/

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Mulheres do Assentamento Pasto do Planalto se reunem para fazer Sardela

Aproveitando pimentões fora do padrão para comercialização, o grupo de mulheres do projeto Alimentar; Produção e Transformação de Alimentos, do Assentamento Pasto do Planalto (Guarantã SP), se reuniram ontem para por em prática uma nova receita: Sardela , usando os pimentões vermelhos que não seriam comercializados (tanto pelo tamanho quanto pelo formato) - o resultado foi uma deliciosa pasta de pimentões condimentada, muito apreciada como entrada de pratos diversos.
Cida na estufa de pimentões

Cida colhendo os pimentões
Ângela preparando a sardela

Elza e Geny preparando os ingredientes

Aângela e Rejane



Rejane e Lêssa com alguns doces produzidos (banana, mamão e abóbora)

sardela já pronta

Este projeto, tem como parceiro o ISANOP (Instituto Socioambiental da Noroeste Paulista)


Read more: http://rejanetapuya.blogspot.com/#ixzz1RpdLPkRm

Leia aqui, o projeto de lei em tramitação: Código Federal de Bem estar Animal

Clique no link abaixo da foto, para conhecer todos os ítens do Código em tramitação, de autoria do deputado federal Ricardo Tripoli: PL 215/2007
O que mais impressiona, é que o projeto de lei está em tramitação desde 2007! ou seja - há quatro anos esse povo não toma providência com relação aos animais vítimas de maus tratos - que o Estado, de acordo com a Constituição - tem o DEVER de zelar!


sábado, 9 de julho de 2011

Assista ao video explicativo sobre as sementes "Terminator"

Terminator, o sonho mais desejado das transnacionais

FONTE: MST - 7 de julho de 2011

Sementes que desaparecerão com o uso das sementes do tipo"Terminator"
Por Silvia Ribeiro
Do grupo ETC
No La Jornada
*

Em 1998,  o grupo ETC (então chamado RAFI) denunciou a existência de patentes sobre uma tecnologia que denominou Terminator. Trata-se de uma tecnologia transgênica para fabricar sementes suicidas: são plantadas, dão frutos, mas a segunda geração se torna estéril, obrigando os agricultores a comprarem sementes a cada estação.
Foi desenvolvida pela empresa Delta &Pine (agora Monsanto) com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Monsanto  não é a única: cinco das seis transnacionais que controlam as sementes transgênicas plantadas a nível mundial possuem patentes tipo Terminator. Syngenta é a quem tem o maior número delas.

As empresas que desenvolvem esta absurda tecnologia a chamam de Sistema de Proteção da Tecnologia, com o objetivo de promover dependência e impedir que se usem sementes sem pagar pela patente.
Em seus primeiros folhetos de propaganda, asseguram também que é para que os agricultores do terceiro mundo deixem de utilizar suas sementes obsoletas. Mostravam então claramente suas intenções: terminar com as sementes camponesas e o irritante fato de que a maioria dos agricultores do mundo (camponeses, indígenas, agricultores familiares) use suas proprias sementes no lugar de comprar deles.

A tecnologia suscitou de imediato uma rejeição enorme por parte dos movimentos  camponeses e organizações sociais e declarações de oposição de instituições públicas de pesquisa e do então diretor da FAO, o senegalês Jacques Diouf. Todos afirmaram que é uma tecnologia indesejável. No ano de 2000, o Convênio de Diversidade Biológica das Nações Unidas (CDB), adotou uma moratória global contra a experimentação e o uso da tecnologia Terminator, que continua valendo.

Posteriormente vários países começaram a discutir legislações nacionais para garantir o cumprimento da moratória. Brasil e Índia proibiram em suas leis o uso da tecnologia Terminator.

Mas Terminator é um dos sonhos mais desejados das transnacionais sementeiras e não renunciaram a ele. Traria vantagens enormes em seus monopólios e na dependência dos agricultores. Pouco depois da proibição no Brasil, o agronegócio desse país, clientes e cupinchas da Monsanto, Syngenta e demais transnacionais de transgênicos, apresentaram uma proposta legislativa para eliminar a proibição rejeitada em várias comissões, mas ainda em trâmite.
Além disso, as transnacionais de transgênicos se moveram agressivamente para terminar com a moratória das Nações Unidas propondo através de governos amigos como Canadá, um parágrafo para avaliar a tecnologia Terminator caso por caso, o que poria fim à moratória na oitava Conferência da CBD em Curitiba, Brasil, no ano de 2006.

Na sessão da CDB em 2006, o México apoiou o fim da moratória, ironicamente através de um representante da Comissão Naciona de Biodiversidade. Casualmente, é a mesma pessoa que agora a partir da Comissão Nacional Florestal promove projetos REDD, também com um efeito devastador para as comunidades. Foi isolado pelo restante dos países de todo o Sul do globo.

Em 2006, no CDB em Curitiba, a Via Campesina e organizações de todo o mundo se levantaram e protestaram massivamente para defender a moratória internacional. Em particular, as ações das mulhers da Via Campesina que interromperam as sessões da ONU em uma comovedora ação pacífica na defesa das sementes.

Não obstante, as transnacionais continuam na ofensiva. Agora, afirmam que Terminator é uma garantia da biossegurança, uma falsidade. Na décima conferência da CDB em outubro de 2010 em Nagoya, Japão, novamente o governo do México tentou eliminar a moratória global contra Terminator, dessa vez como se fosse um tema administrativo, de decisões que já não tinham mais vigência. Não conseguiu porque muitos países impediram, mas lhes revelou que são fiéis.

No Brasil, a proposta do agronegócio se somou a do deputado Cândido Vaccarezza do partido governante (PT) para eliminar a proibição do Terminator. A proposta de Vacarezza foi redigida por uma advogada que trabalha para a Monsanto, segundo denúncias da Campanha por um Brasil Livre de Transgênicos e também divulgadas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra em dezembro de 2010. A propria advogada reconheceu. A proposta está atualmente em discussão em uma comissão do Congresso, criada especialmente para agilizar a sua discussão.

Os movimentos e organizações estão alertas. Em junho de 2011, na 10ª Jornada de Agroecologia da Via Campesina, no Paraná, Brasil, os mais de 400 participantes de todo o país expressaram sue rejeição a essa proposta. Uma semana depois, se apresentaram e se reijetaram essas tentativas de se legalizar Terminator nas reuniões internacionais de preparação dos movimentos sociais e da sociedade civil à conferência mundial Rio+20 no Rio de Janeiro, com centenas de participantes.

O Brasil presidirá no próximo ano a Rio+20, uma conferência mundial da ONU que deve revisar os compromissos ambientais 20 anos depois da Cúpula da Terra em 1992. Além disso, Graziano Silva que vem do governo brasileiro acaba de assumir a direção da Organização para a Agricultura e Alimentção das Nações Unidas (FAO). O menos que pode fazer o Brasil para ser responsável com ambos os cargos e responsabilidade é manter a proibição contra Terminator a nível nacional e internacional por ser uma das maiores ameaças à soberania alimentar e à biodiversidade. Qualquer outra coisa será um suicídio.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Criado o Fórum Permanente Intersetorial Indígena de Osasco

Por Beatriz C. Maestri e Vanessa Ramos
fonte: CIMI

O povo Pankararé é originário do nordeste da Bahia, da região desértica do Raso da Catarina. Sua vinda para São Paulo e municípios vizinhos em busca de trabalho iniciou-se na época da seca de 1955. Desde então, há um constante fluxo migratório entre o seu território de origem e a região metropolitana de São Paulo. Na Grande São Paulo, os Pankararé concentram-se em maior número na cidade de Osasco, onde vivem 38 famílias. Em outras regiões como Guarulhos, Embu e nas periferias da Zona Leste de São Paulo vivem outras famílias perfazendo um total de aproximadamente 500 Pankararé na Grande São Paulo.
Foi a partir de 2005 que se iniciou uma mobilização maior com envolvimento dos indígenas Pankararé que vivem em Osasco. Nesta época, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), em conjunto com a Pastoral Indigenista, organizou encontros com o grupo Pankararé, no sentido de contribuir com sua articulação e fortalecimento cultural. Um ano antes, algumas lideranças deste povo haviam participado em outro encontro promovido pela Pastoral Indigenista e que reuniu diferentes etnias da Grande São Paulo.
A partir do contato com essas entidades de apoio e animadas por conquistas de outros povos vivendo no meio urbano, algumas lideranças Pankararé buscaram assessoria para um processo de aproximação junto aos órgãos públicos de Osasco. Alaíde Pereira Xavier Feitosa, uma das lideranças que despontavam, sonhava há mais tempo com a possibilidade de um espaço específico, na cidade de Osasco, onde o grupo pudesse se encontrar e retomar as atividades culturais como as danças, o artesanato, dentre outros aspectos.

leia o texto na íntegra clicando no link abaixo

Leishmaniose: Projeto prevê fim do sacrifício de animais

Se projeto for aprovado pela Câmara Federal, eutanásia canina não deverá mais ser
ministrada


Segunda, 04 de Julho de 2011 - 11:20
O deputado federal Geraldo Resende (PMDB-MS) apresentou na Câmara projeto
que prevê o fim da obrigatoriedade de sacrifício de animais infectados pela
leishmaniose. De acordo com a proposta do deputado, o sistema de saúde
pública deve implantar uma política nacional de vacinação e tratamento de
animais.
“O debate sobre o tema é fundamental. Esta doença está em 12 países da
América Latina, mas 90% dos casos são registrados no Brasil”, nota o
deputado, para quem é possível estabelecer um programa de tratamento em à
eutanásia canina. “A prática do sacrifício indiscriminado é inaceitável na
Europa. Em diversos países existem estudos científicos e mobilização de
médicos veterinários e criadores de cães contra esta ação”.

Segundo Geraldo Resende, o combate ao vetor praticado em nível doméstico tem
eficácia temporária, pois utilização de inseticidas nas casas perde o efeito
depois de algum tempo. “É importante a decisão política de disponibilizar
orçamento para o combate ao mosquito transmissor. É um caso de saúde pública
como a dengue”, diz.

“O sacrifício de cães é mais maléfico que benéfico, já que por motivações
afetivas ou econômicas, muitos proprietários se recusam a entregar seus
animais e os escondem, colocando a população em risco”, diz o deputado,
lembrando que existe tratamento. “Há diversos protocolos de trabalhos
científicos exitosos nesta área, além disso, me parece mais racional tratar
a exterminar cachorros e gatos. Proponho a vacinação dos animais, bem como a
possibilidade de curar os animais infectados”.

*Doença *- Leishmaniose é uma doença parasitária transmitida pela picada do
mosquito infectado. A doença afeta animais domésticos, urbanos e silvestres.
Para cada ser humano contaminado estima-se que há uma média de 200 cães
infectados. Existem dois tipos de leishmaniose: a tegumentar, que se
caracteriza por feridas na pele, e a visceral, que ataca vários órgãos
internos.

Os sintomas variam de acordo com o tipo da leishmaniose. No caso da
tegumentar, surge uma pequena elevação avermelhada na pele que vai
aumentando até se tornar uma ferida que pode estar recoberta por crosta ou
secreção purulenta. Há também a possibilidade de sua manifestação se dar
através de lesões inflamatórias no nariz ou na boca. Na visceral, ocorre
febre irregular, anemia, indisposição, palidez da pele e mucosas, perda de
peso, inchaço abdominal devido ao aumento do fígado e do baço.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Agricultores do assentamento Pasto do Planalto discutem projeto "leite Verde"

A reunião ocorreu dia 30/06 na área social do Assentamento Pasto do Planalto, em Guarantã SP.
O projeto visa a criação de vacas dentro de um sistema onde não é admitida  utilização de produtos químicos nem antibióticos - apenas fitoterápicos, resultando num leite com melhor qualidade, além do tratamento menos agressivo e mais humano para com os animais. Participaram da reunião além dos assentados, membros do INCRA (Gisele), membros de diversas ongs da região, inclusive do Isanop, vice prefeito de Guarantã (sr Helio), representantes do Banco do Brasil e representantes de políticos da região. O projeto está em fase de análise,mas causou grande expectativas em todos os assentados, que visualizam uma melhoria na qualidade do leite oferecido não apenas pra o consumo interno, como também para atender o mercado da região e fornecimento a merenda escolar - quando devidamente processado.
Mais informações no artigo abaixo sobre o leite ecológico:
http://www.cpt.com.br/artigos/producao-de-leite-ecologico






Read more: http://rejanetapuya.blogspot.com/2011/07/agricultores-do-assentamento-pasto-do.html#ixzz1RGqnkkws

Sindicatos e movimentos realizam Dia Nacional de Mobilização 6 de julho de 2011

Dia 6 de Julho, próxima quarta-feira, os trabalhadores de todo o País já tem compromisso agendado.
fonte: MST

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e movimentos sociais, entre os quais o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Marcha Mundial de Mulheres, Via Campesina e Central de Movimentos Populares, realizam o Dia Nacional de Mobilização da CUT.
Cutistas de todas as categorias, urbanos e rurais, paralisarão atividades, atrasarão a entrada em seus locais de trabalho, promoverão panfletagens e passeatas para defender um novo modelo de desenvolvimento em que todos conquistem ganhos reais com o crescimento brasileiro.
As mobilizações do dia 6 de julho têm como objetivo pressionar os patrões e o governo federal, os governos estaduais, as prefeituras, os deputados e os senadores para que eles atendam as reivindicações e promovam as mudanças.

A pauta de reivindicações:



* Ganhos reais e cláusulas sociais nas campanhas salariais do 2º semestre.
* Redução da jornada para 40 horas semanais sem redução de salário.

* Liberdade e autonomia sindical, para os trabalhadores decidirem como e quando financiar seu sindicato.

* Fim do Imposto Sindical.
* Combate às práticas antissindicais.
* Fim do Fator Previdenciário.
* Combate à precarização e à terceirização.
* Menos impostos para quem vive apenas do salário ou da aposentadoria.
* Todos os direitos trabalhistas para quem é terceirizado.
* Reforma agrária.

* PEC do Trabalho Escravo.

* Luta contra os agrotóxicos e modelo agrário atual.

* Aprovação do Plano Nacional de Educação em 2011.

* Educação no campo.

* Melhores aumentos para todas as aposentadorias.

* Proibição de as empresas darem dinheiro para candidatos a cargos públicos.

* Investir 10% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em educação pública.

* Fim da violência na área rural e nas florestas.

* Não privatização dos aeroportos.

Confira abaixo a programação nos estados: